Por uma política para a juventude


O protagonismo desempenhado pela juventude na sociedade torna inquestionável a necessidade de priorização das politicas publicas voltadas para o segmento juvenil, fundamentais tanto para a superação do estado de vulnerabilidade social em que se encontram como para o fortalecimento do capital social e cultural de cada jovem, processo de suma importância para construção de um contexto diferenciado em nossa cidade.
Esta juventude, cada vez mais alocada para áreas periféricas, marcadas pela ausência do poder público, responsável pelo atendimento de suas necessidades básicas, aproximou-se nos últimos anos, cada vez mais, das diversas formas de violência: a negação dos direitos básicos, a violência física, produzida a partir de diversas variáveis resultantes de um modo de vida pautado num padrão individualista e consumista, imposto amplamente através da mídia e reforçado no processo de interação social.
É justamente nesta contradição entre o horizonte proposto e as limitações da vida real, (obtenção de renda, condições precárias, a ausência de políticas públicas satisfatórias) que encontramos parte da explicação para o crescente envolvimento da juventude catuense com o latrocínio e o narcotráfico, fontes ilícitas de renda e que ocasionam o esforço da classe média e alta em proteger seus “bens” e “patrimônio”, estimulando inclusive em alguns casos, práticas de higienização da sociedade, numa luta moral para eliminar a denominada “parte maldita”.



Necessário é que se resgate o sentido de um projeto pessoal e coletivo de vida entre os jovens catuenses, compreendendo seus clamores pelo acesso à qualificação profissional, às tecnologias informacionais, às múltiplas linguagens artísticas, através de iniciativas que valorizem o reconhecimento do “outro”, do coletivo e da dignidade humana, viabilizados por um conjunto de ações integradas entre as diversas Secretarias, e referenciadas pelos programas voltados para a juventude já existentes.
Inúmeras experiências, Brasil afora, onde são desenvolvidas diversas atividades objetivandoa  inclusão social, apresentam possibilidades de superar o entendimento de que o  jovem    seria mais um “problema social”, propondo-lhe uma parceria na construção de uma cidade que preze pelo que ela tem demais importante: as pessoas.   


Texto publicado em Março de 2013.
(Adaptado)