É
possível observar o crescente número de pessoas que têm tornado a politica um assunto
do cotidiano, fato motivado em parte, pelas acirradas eleições presidenciais do ano passado e o pelo clima de tensão politica instalado desde então, cenário que aponta ainda a intensificação da campanha antipetista. Tudo isso na esteira
dos desdobramentos da operação Lava Jato.
A
corrida eleitoral atípica de 2014 foi permeada por uma serie de fatos que
tornaram o resultado deste pleito imprevisível até o ultimo momento, o que
acirrou os ânimos da oposição capitaneada pelo PSDB diante da possibilidade de
interromper o ciclo de 12 anos do Partido dos Trabalhadores no poder, oposição
essa que contou (e conta) com o amplo apoio dos grandes veículos de comunicação,
históricos opositores ao projeto politico popular e democrático do PT para o
país dado o seu caráter classista. Não menos incômodo para os “donos” da
comunicação é a simpatia do partido pela proposta de regulação da mídia, que
diluiria o poder concentrado nas mãos de meia dúzia de famílias (Civita,
Marinho, Frias, Saad, Abravanel) detentoras de mais de 90% destes grandes veículos
de comunicação, e que fundamenta o grande lobby anti-regulação da mídia, feito por
estes e expresso através da “confusão” conceitual difundida por tais meios de
comunicação sobre o que de fato seria essa “tal” regulação da mídia, presente
em países onde a democracia e a liberdade de expressão estão consolidadas, tais
como a França (desde o século XIX), Portugal e Espanha.
Tal
fenômeno apresenta apenas um dos tentáculos que justificam a ampla aliança
entre a oposição e a mídia, em prol da ofensiva antipetista, aliança esta que vê
nas recentes investigações de corrupção na Petrobrás o “combustível” necessário
à propagação entre a população do antipetismo, e que conta com instrumentos de
amplo alcance tais como os maiores jornais, revistas, emissoras de rádio e TV.
É
obvio que qualquer pessoa que preze pelos valores morais e éticos não hesitará
em, de cara, concordar com o aprofundamento necessário das investigações e com a
punição de todos os envolvidos, independente de sigla partidária. Sabe-se até
então que o esquema na BR tem um leque amplo de envolvidos: Funcionários de
carreira concursados, um “clube” composto pelas grandes empreiteiras do país e
membros de diversos partidos, inclusive o PT, fato este que motivou a aliança oposição-mídia
a formular e difundir continuamente a idéia de institucionalizar os erros
cometidos por membros da legenda na tentativa responsabilizar, criminalizar, e
até propor a extinção do Partido dos Trabalhadores. O fenômeno causa,
minimamente, estranheza por dificilmente encontrar respaldo ao analisarmos outros
casos construídos na relação pessoas/poder/instituições, em que o caminho que se
demonstra mais sensato é o do julgamento das pessoas, não das instituições, a
história nos apresenta diversos exemplos: casos de corrupção envolvendo juízes
condenados; casos comprovados de pedofilia envolvendo lideres religiosos
julgados e condenados, país afora. Em nenhum destes casos verificou-se o julgamento
(moral ou jurídico) das instituições em relação aos erros cometidos por seus
membros, tal qual o que a aliança oposição- mídia tenta imprimir ao Partido dos
Trabalhadores, revelando-se um claro ataque tanto à instituição quanto ao projeto
politico em curso no país, e ainda, tornar possível o prolongamento da tensão
politica pré-eleitoral, que tem como horizonte em curto prazo a
desestabilização do governo; e em médio prazo, o comprometimento do desempenho
da legenda nos processos eleitorais futuros, em especial o de 2018, onde a
sombra de Lula perturba a aliança antipetista, tornando-o seu alvo preferencial.
O Partido dos Trabalhadores tem no seu 5º Congresso, em Junho, um espaço fundamental à construção de estratégias que viabilizem o fortalecimento da democracia e das reformas populares capazes de garantir uma repactuação do partido com o campo popular, agenda que certamente contará com o apoio fundamental dos milhões de trabalhadores e trabalhadoras, que constituem a base social do partido. Tais ações certamente fortalecerão a luta contra o avanço do campo conservador e seus ataques sistemáticos ao projeto democrático e popular em curso no pais.
O
desafio está posto.